PROSTITUTA


Teu corpo...
Escandalosamente exposto,
Mostra tudo... menos o rosto!
Tua parte mais íntima,
Da maneira mais ínfima,
Se oferece, sem pudor!

Tua história despedaçada
E tua memória violentada
Procuram um olhar... um abraço...
Os teus sonhos ressequidos... sem valor...
Anseiam por um - ainda que falso! - amor
Que te devolva o tempo... o espaço...

O sorriso que tu sorris é frio:
Lembra um sujo e caudaloso rio
Que jamais se encontrará com o mar.
Como pode vender o amor,
- Quem muito entende de dor -
Quem pouco entende de amar?

A tua vida miserável...
A tua sina deplorável...
Triste, gélida e cruel realidade!
Teus passos trôpegos por becos escuros...
- Negro passado, doloroso presente, trágico futuro! -
Misericórdia, Deus da vida! Piedade!



Alexandre Brito - 06/01/2012
(*) Imagem: Google
Alexandre Brito
Enviado por Alexandre Brito em 09/01/2012
Reeditado em 09/01/2012
Código do texto: T3430461
Copyright © 2012. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.