Estupro verde.

Tu, que antes fora majestosa

Amante de verdes madeixas,

Hoje têm expostas as tuas costelas,

Tua pureza e virgindade desnudadas

Pelo falo de um colosso impávido.

Tu, que com teus seios o seduziu,

Que lhe abriste as pernas, os seringais.

Teu curumim, ó índia! Não ouve teus aís.

Tornou-se da América cafetão,

Têm em novas terras, novo tesão.

Não te ouvem os Aimorés

Não escovam os cabelos verdes

Resta-lhe o punho de um Brasil insano

Que te violenta os pés,

Que te estupra o ventre.

“- Onde estão meus filhos

Meus Timbiras e caiapós,

Não ouço seus cantos de morte,

Não vejo os bravos filhos do norte.”

Correi filhos de Tupã!

Pega teu arco o Peri,

Vinde ó bravos Guaranis!