Os desvarios da Razão
Os vãos do papel, sem timidez,
sorriram com as palavras pulsantes,
que há instantes,
tingiram sua tez.
Mas eis que sorrateiramente,
não mais que de repente,
invadiu-me a Razão
(creio que pelo porão)
e pôs-se a gritar:
- Onde guardaste a coerência, poeta?
Eu, sem me intimidar:
- A poesia é um espiral em linhas retas!
Com a língua de fora,
fora embora tal Senhora.
Ora, é alérgica a metáforas!