AQUELE HOMEM ERA MEU PAI

Ao meu pai, a mais admirável figura humana que conheci e tive o privilégio de amar e ser amado...

Aquele homem

era assim, triste e melancólico...

A sua vida se resumia em nada...

Desde menino os seus conflitos

vinham pela estrada sem luz

e os seus gritos

eram abafados

na sua alma triste e amarga,

na mais cruel vingança do destino...

Aquele homem

era soldado e não lutava,

era tão triste e não chorava,

era tão forte e fraco parecia...

Ele era assim,

a esperança morta de alegria...

Aquele homem

eu conheci um dia...

Era o soldado que me conduzia

quando pensei na morte como solução

para afastar o mal que me afligia...

Contou-me então a sua história

e à medida que falava

me devolvia a paz que me faltava

e resgatava enfim, minha memória...

Aquele homem

era soldado e não lutava...

Desarmado, amou a vida inteira

e enquanto falava, eu via a glória nele...

E o amei demais, embora tarde

Aquele homem eu conhecia,

era meu pai...

Ricardo De Benedictis
Enviado por Ricardo De Benedictis em 14/07/2005
Reeditado em 14/09/2005
Código do texto: T34339
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