ÁQUIA QUE CAI

Montezuma o Rei Asteca

ao se defrontar com Cortez e seu exército,

confundiu-os com os Deuses das Escrituras,

reverenciando os estrangeiros, levando-os a sério.

Mandou então cobrir o “Deus” Cortez,

com as jóias relíquias de Quetzacoatl,

que agradecido mandou disparar o canhão,

fazendo todos os Astecas acreditarem, ser a voz do trovão.

Com astucia e atenção foi...então

Estudando taticamente o Reinado de Montezuma,

Cortez aliou-se aos povos tiranizados pelo Rei

que prevendo futuros perigosos conflitos,

dominou Montezuma, armando astutamente seus inimigos.

Montezuma era fraco,

personalidade duvidosa,

que mesmo,

entendendo o erro cometido,

não organizava o seu povo,

agora aflito,

para uma expulsão gloriosa.

Tentava sem convicção,

em operações esparsas,

dividir o grupo invasor-cristão,

para evitar uma maior desgraça.

Uma vez fora assassinado,

um oficial de Cortez,

Juan Escalante com três subalternos,

todos cruelmente abatidos com barras de ferro.

Investigando, Cortez descobriu,

que por trás estava Montezuma.

Aproveitando então desse fato,

passou ardilosamente a manipulá-lo.

Assim Montezuma tornou-se o “mediador”,

sempre impedindo qualquer levante mais sério,

arquitetado pelo seus súditos, na falácia do seu verbo.

Eis que uma notícia,

acabrunha o invasor.

Narvaez marcha para enforcá-lo,

por ordem de Veslazques

de Cuba o Governador.

Cortez precipitou-se para a costa,

a fim de enfrentar esse novo perigo,

deixando oitenta homens com Pedro de Alvarado,

para controlar todos os guerreiros da tribo.

Alheio a Montezuma,

Aproveitando a rara ocasião,

surge o Sacerdote chamado Cuahtemol

orientando uma rebelião, tentando estancar a invasão.

Com inteligência, perspicácia,

decidiu combater os estrangeiros,

conscientizando e devolvendo aos Astecas,

sua altivez, necessária força para guerra.

Os Astecas festejavam o Toastl.

Alvarado sabedor do significado,

penetra velozmente na cidade com seus homens,

cortando a multidão estarrecida aos pedaços.

Os Astecas de outros bairros,

conscientes, agrupados,

precipitam em socorro dos seus,

em um ataque sonoro, organizado.

Os espanhóis diante de tal bravura,

fugiram instalando-se nos aposentos Reais,

obrigando novamente Montezuma a intervir,

contra uma consciência que estava para emergir.

Neste espaço, já anunciavam as sentinelas,

a volta de Cortez vencedor de Narvaez,

que iria agora encontrar bem alerta,

uma população preparada para a guerra.

Cortez com sua experiência,

entendendo o presente problema

tentou postar-se entre os Astecas,

como o Deus de sua crença.

Mandou disparar a voz do trovão.

Para seu espanto, contra escutou

urros saindo de todas as bocas,

somando ao ressoar surdo dos tambores,

à estridência dos apitos de ossos,

que abafavam a voz do trovão.

Entendendo agora os índios,

que a voz do trovão nada mais era

do que uma mortífera arma,

conhecida como canhão.

Os astecas lançaram-se febrilmente ao assalto,

com sua honra iriam ocupar toda a cidade.

O combate foi horripilante, durando quatro dias.

Mortos por todos os lados, assinalavam a ferocidade.

Montezuma fora morto

por uma flecha asteca,

estando o seu povo livre

para lutar por sua terra.

Os Espanhóis com seus aliados fugiram

pelos canais Tzaptlan, Atenchicacco, Telpantzico,

mas sobre as margens do canal de Tacuba,

o combate foi com tanto afinco,

que os Espanhóis o atravessaram com os pés secos

pois, estavam cobertos de cadáveres nesta Guerra de contrastes.

Para a felicidade de Cortez,

que seria fatalmente eliminado, recebeu ajuda,

dos índios Otomis, Totonaquez, que vieram auxiliá-lo.

Além de ocultá-lo, protegê-lo,

forneceram víveres, proporcionando-lhe um tempo precioso.

Cortez reagrupou o seu exército, retornando ao seu intento bélico.

Decidira por um cerco rigoroso

à Capital revoltosa dos Astecas.

Mandando trazer por 500Km de montanhas,

novos homens, vários armamentos para a guerra.

Infelizmente entre os Astecas sitiados,

uma epidemia de varíola se instalou

contaminando por todos os lados,

deixando a maioria dos guerreiros cegos, mutilados.

Apesar dessa desgraça,

ressurge a figura do Sacerdote Cuahtemol,

o Águia que Cai,

juntando o que sobrou, reverenciando,

o render-se jamais.

Cuahtemol era um jovem de 25 anos,

furiosamente ardente nos combates,

não se importando com a morte,

apesar da pouca idade.

Diziam que era forte, obstinado, belo,

casado com a filha de Montezuma.

Demonstrando ser a causa justa,

aquartelava com rara inteligência,

o seu povo para a derradeira fatídica luta.

Então manda evacuar as mulheres, crianças, velhos, doentes,

armando todos os que vão ficar, a espera da luta como crentes.

A 28 de setembro de 1520,

Cortez reaparece sob as muralhas, sobre os canais.

Os Astecas bravos, conscientes lutariam feito animais.

Cuahtemol repele as ofertas de “Paz” de Cortez

mas . . . com o passar do tempo o cerco se aperta.

Iniciam-se os combates, corpos, almas em alerta.

Em 09 de junho de 1521 os Espanhóis avançam

repelindo Cuahtemol até o grande Teocalli.

Mas que lutando com força sobrenatural,

lança logo os invasores, para fora da cidade.

Foram aprisionados sessenta soldados Espanhóis,

para demonstrar sua grande determinação,

Cuahtemol manda sacrificá-los, arrancando seus corações.

Não satisfeito, mostrando ao longe para Cortez,

ordena o esquartejamento dos prisioneiros,

separando braços, pernas, jogando-os para as feras.

A 13 de agosto de 1521,

a cidade está em ruínas

sem comida, sem água.

Os Astecas esperam ansiosos a desgraça.

Neste dia houve novo avanço Espanhol.

Quarenta mil Astecas foram mortos.

Os que sobraram refugiaram-se

nos pântanos esperando o pior.

Para sobreviver caçam serpentes,

devoram larvas, ovos de mosquito,

revivendo a história de seus antepassados

no tempo da “instalação”. . . lembrando o que foi dito.

O fim está próximo, o que resta está cercado.

Cuahtemol com trinta guerreiros, lutam como bravos.

Cada Asteca mata quatro,

cento e vinte inimigos são estraçalhados.

Pela inferioridade não conseguem vencê-los,

além disso, estavam fracos, feridos, esgotados.

Foram vistos Astecas mortos,

em vários relatos da época,

segurando dois inimigos inertes,

pelas mãos e um terceiro pelas pernas.

Cuahtemol por ordem de Cortez

inteligentemente foi poupado

para que as populações indígenas

o vissem como exemplo acabado.

Foi levado para o centro da cidade

lá amarrado em um mourão de tortura

para introjectar nos grupos restantes,

que “não vale a pena ir a luta”.

Perguntavam-lhe onde estava o ouro.

Simplesmente ele sorria.

Passaram então a torturá-lo

queimando com brasas seus pés,

mesmo assim, continuava sorridente

demonstrando aos Espanhóis,

ser um poderoso guerreiro inconveniente.

Com cheiro de carne queimada no ar,

Cortez impressionado parou o suplício,

não conseguindo entender a força desse índio.

Com o tempo. . .

Tentou Cortez fazer amizade.

Cuahtemol estrategicamente aceitou,

deixando aparentemente sua crença de lado.

Foi até batizado, tendo como padrinhos

Fernão Cortez e Pedro de Alvarado.

Algum tempo depois,

Cuahtemol lança um apelo a Resistência,

declarando Cortez ilegítimo.

Nada de Deus ou seu representante,

mas somente um bandido.

Só o silêncio lhe respondera,

vira seu povo acabado, frouxo,

compreendendo que o Império Asteca

estava humilhado . . . infelizmente morto.

Enxergando em Cuahtemol novo perigo,

Cortez manda enfim executá-lo.

Agora com lágrimas nos olhos,

pois apesar de inimigo, aprendera a respeitá-lo.

Também porque fora acusado por testemunhos duvidosos.

Morre o grande guerreiro.

Na região não há mais festa.

Talvez agora entendendo,

a falta eterna do último Imperador Asteca.

Alexandre Halfeld
Enviado por Alexandre Halfeld em 11/01/2007
Código do texto: T343528
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