A ROSA
Sandra Mamede

A rosa que foi plantada
foi feita com muito amor
Hoje está abandonada
E sentindo muita dor.

Tratada com todo cuidado
Com carinho cultivada
Com água pura regada
Hoje, está muito magoada.

Resiste no jardim, seca
Por todos ali desprezada
A terra que lhe sustenta
Está toda ressecada

Até um certo amigo
Um beija-flor mui querido
Que a ela visitava
Sumiu, sem nenhum motivo
Sem lhe dar nenhum aviso...
O que ela lamentava.

Suas pétalas secavam
Ressequidas sem a água
Que a vida lhe daria.
E ali, sozinha e triste
Viu sua beleza ir-se
Sua vida esvair-se,
Aos pouquinhos em cada pétala
Que do seu corpo desprendia,
Não queria ali morrer.
E então desesperada
Ela louca ali gritava:
-“ Por favor, um pouco d’água
para eu sobreviver!”

Mas quem por ali passava
Com desprezo a olhava
E os seus gritos de dor
De desespero e horror
Todos ignoravam.

E ela num último suspiro
Da haste se desprendeu
Suas pétalas caíram
Que o vento revolveu
E espalhou pelo chão
Pétalas vermelhas de paixão
Que agora soltas ao vento
Recendia o seu perfume
Suave de bom odor
Que era de puro amor
Gerado da sua dor.