Para Raul Seixas
Percorreste vários Caminhos
E foste sempre uma Metamorfose Ambulante.
Perdeste o Medo da Chuva logo pela manhã
E experimentaste o amargo e o doce dA maçã.
Teu espírito novo de Há Dez Mil Anos Atrás
Fez-te pegar O Trem das Sete e parar antes do final
E como se estivesses À Beira do Pantanal
A vida apunhalou-te, tal qual Judas a Cristo.
Foste considerado um Cowboy Fora da Lei
Mas nunca caíste como Alcapone.
Viveste sem acreditar no Conto do Sábio Chinês
E foste bem mais contundente que um Fim de Mês.
E eu não sei How Could I Know
Se fui, se ia, se estou ou se vou
A pegar o Metrô Linha 743
Para chegar até As Minas do Rei Salomão.
Se assim for Não Quero Mais Andar na Contramão
Porque ao som de Minha Viola
Irei Cantar Sim a Magia de Amor.
Foste um Moleque Maravilhoso
E imaginaste uma Sociedade Alternativa
Mas, O dia em que a Terra Parou
Foi o dia em que O Homem do Rock’ N’ Roll
Cansou-se de tanto Cambalache e foi beber a Água Viva
No meio da Mata Virgem ao lado da Ave Maria da Rua.
Este dia tornou-se O Dia da Saudade
E nem Todo Mundo Explica Que Luz é Essa.
É, Maluco Beleza, tu foste um dos Super-Heróis
Deste país Diamante de Mendigo que Só Pra Variar
Aluga-se fácil, como uma Cantiga de Ninar.
Canceriano sem Lar, Tá na Hora, pois A Lei
Anda Fazendo o que o Diabo Gosta, mas
Aos Trancos e Barrancos a Gente suporta o
Sapato 36 e quem sabe Tente Outra Vez.
Parabéns, Coração Noturno, por tudo o que você fez.
Cícero – 03-05-02