CANÇÃO DA NOITE CHUVOSA

Em noite de lágrimas, pesadas gotas que choram

as nuvens, vimos à poesia, sôfregos, amantes da melodia,

a busca da clave do sol, do sorriso da lua!

Amados e queridas, angelicais e terrenos seres de dor,

espraiamos-nos nos braços das sombras, enlevamos-nos

na dança da chuva e no rebrilho do brilho dos olhos, da cor

E sussurramos solidão ao ouvido do poeta: onde, menestrel,

a festa, o violão e o canto? E a seresta? E o seu céu?

E seu riso m’estonteia ’alma: não há solitário,

ou sofredor, descrente, cansado ou doente do humor

no que canta a amância da solidão, a sedução e o amor!

CLAUDIO BAHIA, 21 de abril de 2005 – 22:26h