Acorrentados [2]

Estes versos que fiz acorrentados

não são meus versos - não sou eu.

Não se assenhoram mais de meus princípios,

meus meios e meus fins. Nada disso é meu

e nem eu me pertenço. Sou a revolta...

Eu sou o grito de alerta no vazio

e não me reconheço assim atado

aos sonhos enterrados nas lembranças...

As esperanças foram um desvario

e não me reconheço escravo

nem me confesso prisioneiro

de sonhos não vividos.

Não sou escravo dos sentidos

e já não tenho grilhões para partir.

Não há razão para chorar,

amar - talvez. Morrer? Não sei... Talvez dormir,

mas não me sei ou sinto prisioneiro...

A liberdade em mim quebra correntes

ainda que sangre ou morra.

E se ser livre tem um preço

é o preço que pago indiferente

sem ver quanto custa,

se a paga é justa.

Não quero mais meus pés acorrentados

ou mãos tolhidas por grilhões de outros senhores...

Resgato os meus valores

e a vida sem senões, sermões vazios.

Eu quero a liberdade e desafio

a quem tente tomá-la a qualquer sorte.

Sou branco, negro e índio, mas senzala?

Senzala é escravidão... Prefiro a morte!

Poeteiro
Enviado por Poeteiro em 17/01/2012
Código do texto: T3445457
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