MANCHETE

CAMPO ABERTO

MANCHETE

E não lia ainda jornais

porque a lua inda brilha cheia

em meio de nuvens passantes no céu

trazendo para os campos - esperança

de um verde negro misterioso macio

para um pássaro gigante cortar o visual

com um simples e belo vôo rasante

trazendo para dentro do meu ego

uma outra imagem, uma outra situação

porque fumava cigarro industrializado

um mal hálito suculento amargo

trazia os desabores escatológicos

de uma razão profunda - intensa

de tragar mais uma bebida forte

para o excitante preparo-químico-alcoolico

trouxesse a esperança euforica

para depois entrar na depressão

de um frevo pós-carnavalesco

com pensamentos soltos, não estéticos

quase aminéticos - quase loucos

porque o mundo é grande e belo

e eu ainda estou aqui, parado e só,

porque os automóveis se movimentam

poluíndo o ar - o silêncio

ferindo a terra, sangrando o chão

e eu ainda estou aqui, parado, só e triste

porque o sol vermelho - amarelado

não é mais amarelo, nem rubro

porque as usinas atômicas

as distorções anti-naturais

porque a industrialização analfabética

porque a prisão, a depressão, a pressão

porque o rio navegante de estimação

ficou poluído, virou escape de destroços

porque os amigos não são mais amigos...

Por que, porquê, Por qual?...

DyaFerrari
Enviado por DyaFerrari em 18/01/2012
Reeditado em 13/03/2013
Código do texto: T3447412
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