Interior...

As paredes descascam verniz

lascas de telha se espalham

ao chão junto a uma flor em

pedaços morta faz tempo com

marcas dos pés que a pisaram,

sem cor ou formato imaginável,

só lhe resta a ideia que um dia

teve perfume e beleza.

Lembranças não entram ali e

os retratos antigos sobre móveis

mofados perturbam a memória

e o presente empoeirado da casa.

Um mundo esquecido se esconde

entre os quartos escuros e salas

de sombras. As janelas trancadas

trancadas pela ferrugem inibem

a luz da manhã e a saída do eco

do canto de pássaros presos no

terraço. Mantimentos estragados

preenchem a dispensa a anos

deixados pra traz. musgos nascem

no corredor que leva ao quintal

tomado por plantas sem cultivo

e flores mortas ao chão. Entregue

ao descaso e ao acaso seu lar

sobrevive de não existir para os

outros dali até o dia de voltar e

encarar a infância perdida a

juventude roubada e reconstruir sua

morada da alma e assim poder partir.

Reis de Oliveira
Enviado por Reis de Oliveira em 20/01/2012
Reeditado em 10/12/2012
Código do texto: T3451984
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