O SOLISTA

Vanguarda para que o carro solar

Avance cada passagem diurna

Sedas, trapos ou trejeitos

Solfejos para todas as fases, luna

Artífice primário, de expressa dura

Sem impressos para boticas & afins

Na calada da cisma, ensaio virtual

Beijos na boca, do arrombo sensual

Variegados em partituras, andar a pé

Contra eflúvios pessimistas

Tardia cisterna de arrivistas

Fala, falando o falado que se cala

Das pontes & rios que passam soturnas

Entre mares vagueia estrelas noturnas

Namora com as rimas & compassos

Atira em dó para prosas & versos

& ama alucinadamente o bom da vida

Compõe desta Ilha, seguro em seu Porto

Novas flores para decantado Jardim

Nas manhãs que o Sol arrepia o corpo

Toma dos seios os mais doces beijos

& da mulher arranca outro gozo profundo

& se brilha para o ar, espelho na carne

Chora pela falta de alegria noutras terras

Onde o limiar da loucura geram devassas

& nem os deuses sempiternos reagem

No solo triste doutras guerras

Se cala angustiado pelo que se vão

& pensa que o amanhã renascerá

Fomentando outras novas vidas

Amar ainda é um canto contínuo

Assim como a nau escura a navegar.

Peixão89

Peixão
Enviado por Peixão em 15/07/2005
Reeditado em 26/10/2007
Código do texto: T34589
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