Desalento
Sopra o vento, os cães latem.
E nada, além disso, interrompe a noite escura.
Cadê as estrelas que antes as observava?
Abro a janela e fico inerte, intacto.
Boquiaberto, pois vejo que o mundo é tão grande.
E só percebo isso agora.
Não sei por que me fecho no meu próprio mundo,
E não saio á procura de novos horizontes.
A lâmpada tremula, folhas são varridas pelo chão.
O cenário noturno parece associar-se com minhas incertezas.
Pois venta forte, é tudo escuro,
Mas ao mesmo tempo está tão quente.
Quem sou eu senão um simples coitado
Com medo de dormir e sonhar com coisas improváveis,
Projetos impossíveis?
Quem sou eu senão um simples mortal que atravessa a noite afora
Vendo o vento forte levar meus pensamentos embora?