Muchas variaciones falsas

E não sabe como não se quebram

os dedos nas cordas retesadas,

por tão estranha e impiedosa

força que brota da música basca.

Um segundo e então me sangram

com mãos duras, apaixonadas,

nascidas das notas lacrimosas

esparramadas pelas paredes brancas.

E não sabe que danço a habanera,

para espantar a morte dessa casa,

com minhas inimitáveis artes sagradas,

cruz no peito e insulto nas botas.

E não sabe como a exaustão se acaba,

no dedilhado cruel e trágico e perigoso,

dessas cores todas inusitadas e francas

desenhando minha dança entre a Andaluzia

e o abismo....