REVELAÇÃO INTIMA

Não lhes contarei

Toda a Verdade

Pois sabem de mim

As auroras e os ocasos

As horas de lucidez

E Paz

Há certo vislumbre

De Plenitude no meu olhar

Ai de colhê-la duma só vez

E de súbito tornar-me

Relato fiel decantado em versos

Não lhes darei

A exata medida do meu pranto

O manancial íntimo do meu anseio

Dar-lhes-ei

O arco-íris do após

O dia ensolarado

Afinal tudo é sempre

Vida morte e vida

Dar-lhes-ei

Esses grandes espaços

Tolhidos entre os laços

Do Oriente ao Ocidente

E meu coração

Assim não cabe mais

Senão em vós