O que ser, então?

Em minha próxima vida

Serei uma árvore só para crescer,

Florescer, fazer brotos, frutos e vento.

Mas tem uns infectos que cortam,

Queimam e destroem florestas. Então,

Serei um grão de areia no sertão.

Mas lá não tem livros nem água.

Ficar no meio do nada?

Pois bem, serei um mar.

Terei peixes, sereias e algas-marinhas.

Mas jogarão esgoto em mim.

Não, assim não! Sim!

Talvez uma solução;

Quiçá um pássaro... Qual raça?

Mas o ar é cheio de fumaça!

Serei então, novamente,

Um ser repugnantemente... humano.

Só para nascer, crescer, ser estúpido e arrogante.

Fazer queimadas, beber água poluída...

Acabar com a flora e a fauna já sofridas,

Maltratar sem piedade meus semelhantes

E assim o mundo se acaba.

E não terei que ser mais nada.