PUS MEU SONHO NUM NAVIO (Cecília Meireles)
NAU 105 (Hermílio).
Pus o meu sonho num navio
e o navio em cima do mar;
depois abri o mar com as mãos,
para o meu sonho naufragar.
Minhas mãos ainda estão molhadas
do azul das ondas entreabertas,
e a cor que escorre dos meus dedos
colore as areias desertas
O vento vem vindo de longe,
a noite se curva de frio;
debaixo da água vai morrendo
meu sonho dentro de um navio...
Chorarei quanto for preciso,
para fazer com que o mar cresça,
e o meu navio chegue ao fundo
e o meu sonho desapareça.
Depois, tudo estará perfeito:
praia lisa, águas ordenadas,
meus olhos secos como pedras
e as minhas duas mãos quebradas.
___________________________________
O poema de Cecília, musicado por Alain Oulman. Lindíssimo.
Ouça.
http://www.youtube.com/watch?v=hrklZ6IS_Ys
NAU 105
Vaga em mim meu pensamento
E pra outros mundos leva-me
Na veloz fração do tempo.
Não me importa este momento
Que a vida me cobre ou deva-me
Vago é o silêncio. Indelével
Quão leve é o sonho infinito
Quão lúcido e tão débil
Entre o previsto e o não dito.
Vagando em meu sentimento
No limiar do esquecimento
Minh'alma - nau em conflito -,
Naufraga o ser que habito.
____________________________
PS. Este poema não foi inspirado no de Cecília.
Não teria esta pretensão.
O que me motiva aqui é alguma identificação
com o tema; sobretudo, a beleza da música.
NAU 105 (Hermílio).
Pus o meu sonho num navio
e o navio em cima do mar;
depois abri o mar com as mãos,
para o meu sonho naufragar.
Minhas mãos ainda estão molhadas
do azul das ondas entreabertas,
e a cor que escorre dos meus dedos
colore as areias desertas
O vento vem vindo de longe,
a noite se curva de frio;
debaixo da água vai morrendo
meu sonho dentro de um navio...
Chorarei quanto for preciso,
para fazer com que o mar cresça,
e o meu navio chegue ao fundo
e o meu sonho desapareça.
Depois, tudo estará perfeito:
praia lisa, águas ordenadas,
meus olhos secos como pedras
e as minhas duas mãos quebradas.
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O poema de Cecília, musicado por Alain Oulman. Lindíssimo.
Ouça.
http://www.youtube.com/watch?v=hrklZ6IS_Ys
NAU 105
Vaga em mim meu pensamento
E pra outros mundos leva-me
Na veloz fração do tempo.
Não me importa este momento
Que a vida me cobre ou deva-me
Vago é o silêncio. Indelével
Quão leve é o sonho infinito
Quão lúcido e tão débil
Entre o previsto e o não dito.
Vagando em meu sentimento
No limiar do esquecimento
Minh'alma - nau em conflito -,
Naufraga o ser que habito.
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PS. Este poema não foi inspirado no de Cecília.
Não teria esta pretensão.
O que me motiva aqui é alguma identificação
com o tema; sobretudo, a beleza da música.