E VOLTAR À PUREZA DOS VERSOS
E voltar à pureza dos versos
Na ausência de carne
Onde arde mais a alma
Aturar torturas e tormentas
Alimentar-se de éter e
Deter as ondas condenadas
Dos nadas buscando espaços
Voltar a viver intensamente
Sentir a seiva da vida ávida
Transformando pensamentos
Para um pouco de alento
Lento no momento que traz
Um pouco de paz pro ser
Ou não-ser do elemento
Que se desfaz em mil abraços
Nos elos azuis e rubros
Do perfil esguio e amado
Da fêmea que em ti é tua
Inteira como a poesia imortal
No silencioso grito da Criação.