Pobres Poemas Pobres
Pobres poemas pobres
Escrevo, escrevo eu
Por que sou tão esnobe
Se escrevo como um plebeu?
Minhas parcas rimas
Merecem a piedade
Dos poetas lá de cima
E dos nobres da cidade
Sou um poeta amador
Escrevo como lazer
Apresento ao meu leitor:
Meus poemas - muito prazer!!
Quem dera que eu fosse
Um bardo medieval
Ou um trovador tão doce
Com palavras no embornal
Espelho, espelho meu
Quem me chama de poeta
Esquece que sou um "cirineu"
Carregando a cruz de um profeta
Não sabem que ser poeta
É um estado de graça
Só quem atingiu a meta
Sabe a dor que o poeta passa
Do seu íntimo ardor
Nascem palavras e versos
Que expressam sua ínfima dor
Ou a canção do Universo
Poetas são aves raras
Nascem aqui ou acolá
Custam-lhe penas caras
Estar neste tempo ou lugar
Como disse um grande sábio:
Muitas palavras num teorema
São resumidas pelos lábios
De um bardo em seu poema.