O Poeta Sacrifical

Morre um poeta,

a cada poesia que escorre de meus dedos.

Se dispersa a poética,

levada suavemente pelo vento.

E assim,

resta somente a mim.

Novamente,

sou absolutamente nada.

E é neste vazio da alma

que algum tipo de deus Baal

me introduz

milhares de palavras,

num enlace ritual

e fecundando em mim,

uma nova metáfora.

Por fim,

cumprindo a alquimia ancestral,

gera

um novo poeta,

que será sacrificado

quando o fruto do seu pecado

manchar o branco papel.