Página em branco
Página em branco
Espelho diante de mim
Que reflete as palavras
Que não tenho coragem
Enfim
De te dizer
Outrora utopia
De um dia
Que pensei
Que não mais fosse
Ter
Por onde andam essas
Palavras
De ti brotadas
Que calam antigas mágoas
Para sempre encerradas
Rabiscadas
Por tuas mãos
Canceladas
Diante de mim
Apenas a página
Em branco
Branco da tua paz
Onde brinca
A criança
Que assaz
Dança
Em meu ser
Poético
Frenético
Que no silêncio da madrugada
Fria
Busca teu colo Meu solo
Busca tua canção
Que me nina
Que me guia
Por tua doce voz
De menina
Na página em branco
As ruas
As casas
As praças
Os bancos
De onde contemplam
Os passantes
Caminhos que por eles
Passam
Errantes
Não sabem eles
São esses os mesmos caminhos
Que me levam
E me trazem
Sozinhos
Veredas que me embriagam
Em teus vinhos
Marcelo de Andrade
23/08/06
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