Caminhando na Lagoa
Caminhando na Lagoa
Na Lagoa, caminhando
É uma pena que a garoa
Não me veja caminhando
Na Lagoa em que eu passeio
O Sol está sempre a pino
Para que meus olhos, eu creio
Tenha os olhos de um menino
A paisagem é celebérrima
Ao redor do espelho d'água
De profundidade magérrima
Parece uma lagoa de mágoa
Vejo casais namorando
E trocando suas carícias
Num mundo de "El Dorado"
Ou num "Jardim de Delícias"
Vejo crianças inocentes
Brincando de gente grande
Pois o adulto incoerente
É um mau exemplo distante
Caminhando na Lagoa
Eu entro em estado de graça
Quando vejo-me à toa
Ante a beleza de uma garça
Com suas pernas esbeltas
Parecem gravetos no chão
São belas como as deusas celtas
São brancas como algodão
Mas voltando a caminhar
Vejo um cardume de peixes
Ouço em todo lugar
Seus pedidos: não me deixes!!
A Lagoa parece um tapete
De peixes grandes e pequenos
Eles dizem: quero ver-te
Minha isca, meu caroteno
E logo mais adiante
uma manada de gatos
abandonados num instante
por gatunos - que maltrato!!
Como pedintes felinos
Eles nos olham com os olhos
De tristíssimos meninos
Que nos falam - eu imploro!!
Mas graças à Providência
Há pessoas de bom coração
Que pedem por clemência
Nem exigem deles gratidão
Dão-lhes comida farta
Seja carne crua ou ração
O bom desta felina raça
é ser forte como o leão
Mas voltando ao meu caminho
Uma volta toda completa
É uma saúde pro vizinho
E um descanso pro atleta
A vista do Sol Poente
Não tem coisa similar
Pois vislumbra toda gente
De todo e qualquer lugar
Da Lagoa que eu caminho
Que me deixará tão saudoso
Quando eu me for do meu ninho
E voar para outro pouso.