Viver de Poesia

Como pode um poeta

Viver de poesia?

Se não tem outra meta

Como ele poderia?

A poesia é seu hausto

Que entra pela narina

Sem nunca deixar exausto

O amor de sua sina

Sem a dor poética

O poeta não se inspira

Pois sua dor, sua ética

Vem do fogo, da pira

De sentimentos profundos

Que brotam do espinho

Da alma, oriundos

As dores do caminho

O poeta não reclama

Pela dor que passa

É sua fortaleza, sua chama

De fome tão grassa

Se o poeta não é rico

Nem vive de seu amor

Ele seria um nanico

Se não brotasse sua flor

Nada mais lhe fascina

Que os versos antológicos

Dedicados à menina

Dos seus olhos góticos

Como um guardião valente

Sem a rica poesia

Ele seria tão impotente

Como um eunuco seria

Não pode um poeta sublime

Viver sem cada estrofe

Do seu poético regime

Sem o qual, tudo sofre.

Pedro Ernesto Prosa e Verso
Enviado por Pedro Ernesto Prosa e Verso em 07/02/2012
Código do texto: T3485556
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