Cão Cretino do Caralho
Eu em um bar de beira de estrada
Tomando uma cerveja quente
Sob um sol escaldante
Dividindo bolinhos de carne com moscas
Em minha volta
Meia dúzia de companheiros de bebida
Cada qual a sós conosco mesmo
Às voltas com os insetos em seus copos
Do outro lado da avenida
Observo fixamente um cão idiota
Parado à beira da pista
Olhar fixo em min
O estúpido canino
Fareja meus bocados de carne ao longe
Antes de atravessar a via expressa
Urina no acostamento, como quê demarcando sua lápide
Tomo um gole de um morno copo
De um líquido que mais parece mijo, não cerveja
Antes da bebida entrar em minha boca,
Percebo que há uma mosca boiando no interior da caneca
Neste instante escuto um forte estrondo
Volto meu olhar para a estrada
E vislumbro o cadáver do melhor amigo do homem
Entorno outro trago
E exclamo:
Cão cretino do caralho!