Cão Cretino do Caralho

Eu em um bar de beira de estrada

Tomando uma cerveja quente

Sob um sol escaldante

Dividindo bolinhos de carne com moscas

Em minha volta

Meia dúzia de companheiros de bebida

Cada qual a sós conosco mesmo

Às voltas com os insetos em seus copos

Do outro lado da avenida

Observo fixamente um cão idiota

Parado à beira da pista

Olhar fixo em min

O estúpido canino

Fareja meus bocados de carne ao longe

Antes de atravessar a via expressa

Urina no acostamento, como quê demarcando sua lápide

Tomo um gole de um morno copo

De um líquido que mais parece mijo, não cerveja

Antes da bebida entrar em minha boca,

Percebo que há uma mosca boiando no interior da caneca

Neste instante escuto um forte estrondo

Volto meu olhar para a estrada

E vislumbro o cadáver do melhor amigo do homem

Entorno outro trago

E exclamo:

Cão cretino do caralho!

Marcio de Souza
Enviado por Marcio de Souza em 08/02/2012
Código do texto: T3487333
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