OS DEUSES

Mas, os deuses

Sempre me foram infiéis

E nunca busquei divindade.

Sou do homem, outra humanidade,

Em altares, partida é a verdade.

Os deuses me virarão os rostos,

Logo eu,

Poeta manco.

Logo eu,

Descorreligionário de fé.

Logo eu,

Manso e contraditório!

Mas, esses deuses me perseguir,

Que das bocas dos homens;

Sacrilégio,

Tenho eu,

Dom, mistério,

Mas, os deuses sempre me foram infiéis!

E nunca jurei amor.

E nem me dei em rituais estranhos,

Sou o que o povo é!

Mas os deuses caídos,

Estenderam-me as mãos,

Não fiz sinal de culto,

Nem profanei palavras,

Entendi as minhas mãos,

E levantei os homens.

Mas, os deuses sempre me foram infiéis...

Mas, amei o humano!

Severino Filho
Enviado por Severino Filho em 09/02/2012
Reeditado em 09/10/2017
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