Sonho de poeta
Esther Ribeiro Gomes
Olho a noite pela vidraça.
Um beijo que passa,
acende uma estrela...
(Guilherme de Almeida)
O poeta clama pelo amor que não viveu,
sublime sonho que não aconteceu,
pensa que felicidade é fruto da imaginação,
nos etéreos voos que acalentam seu coração...
E o poeta vai do sonho ao pesadelo,
derrama em versos toda sua emoção,
nas lágrimas que choram a desilusão!
Mas a poesia se recusa a mitigar,
as frustrações que teve ao se entregar
a quem nunca soube amar!
Nas noites solitárias abre a vidraça,
para ver algum casal que passa,
a trocar carinhos sob o luar...
Olha para o céu bordado de estrelas
e vem a inspiração para versejar,
poemas que falam de outros amores,
para sonhar e esquecer as suas dores!