Secura

Perder-se do mundo é viver,

Viver assim, bem calmamente

sem a pressa vaga de integrar-se

Quando se integram

os homens desintegram-se

Entregam à terra dura

a alma, antes de morrer

Terras secas, Vidas Secas,

almas secas, Folhas Seca

vozes secas, fontes secas

Aridez de um coração

Na janela, reflexo fosco

nuvens brandas,

mentes vazias de tanto pensar

corpos cambaleando,

ébrios de realidade...

Mas é verão na cidade

É uma pena que assim seja:

Severina

essa penúria de todo sertão

e da vida citadina.

Latifúndio da felicidade,

Labuta eterna, eterna escravidão

venda nos olhos, olhos a venda

confotável miséria na caverna

Sol, lua nua, ser...

legado deserto,

realidade desconhecida,

fragmentada,

chamada vida.

Dianaluz
Enviado por Dianaluz em 16/01/2007
Reeditado em 04/02/2007
Código do texto: T349351
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