Strangers III



Não importa o local, o fato.
Estamos todos armados.
Para cada um, há um tiro,
e pra cada lobo, um  disparo.
O fogo ilumina pouca coisa.
A noite esconde muito menos.
Se somos lobos?
Saberemos....
à princípio, apenas tolos.
Somos o sal, a avaria,
esterilizamos a terra,
fendemos o chão onde se pisa.
Vem o dilúvio, vem o inverno,
vem a doença, vem o delírio.
Somos feitos de simetria...
numa foto, algum dia.
Quanto de mim teve de sofrer,
pra que a refração da luz congelasse
o único instante de perfeição?

Depois do eterno, é o lixo.
É o que recolho após a magia.
Vou assobiando uma música...
mas músicas não melhoram meu dia.
Analgésicos, anti-suicidas.....
Meu sangue é de aspirina.
Meu corpo, uma das poses da vida.
Luz, câmera, aniquilação.




Para ouvir a música que inspirou o poema, acesse:
http://www.youtube.com/watch?v=fLsBJPlGIDU&feature=share
EDUARDO PAIXÃO
Enviado por EDUARDO PAIXÃO em 14/02/2012
Reeditado em 14/02/2012
Código do texto: T3498670
Copyright © 2012. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.