NÃO TENHO NERVOS DE AÇO !

brincadeira é coisa séria

não vou virar a canoa,

miséria pouca e bobagem

estou no mundo de passagem

mas não vim aqui à tôa!

prevalece o que é justo

vem lentamente ou abrupto

pode tardar mas não falha,

não gosto de jogo bruto

mas em desistir, reluto,

não vou jogar a toalha!

ja cavalguei oceanos

já voei pelas campinas

ja naveguei pelo espaço

entre as aves de rapina,

não tenho nervos de aço,

danço conforme o compasso

e a tristeza eu disfarço

fazendo do riso, a sina!

já levei muita porrada

desse tal cotidiano,

nos olhos da madrugada

eu vi lágrimas rolando,

vi ternura de crianças

pétalas de flor se abrindo,

e as tais asas da esperança,

protegendo quem não cansa

de apesar dos pesares,

levar a vida sorrindo,

até voar pelos ares,

vou acabar explodindo!

antonio carlos de paula

poeta e compositor