Soneto da praia doce

"Amigos, oh amigos!

Tenhamos senso de honra...

Foi necessária nossa partida.

Mas, precisamos retornar."

(M.R. Medeiros)

Agora, o sol sobre os rastros finos

Além dele, outras, milhares de estrelas sobre

Os rastros, meu rastro deixado nessa estrada amarela

De cascalho, poeira, um cavalo miserável e o cachorro late...

... Quando a carroça passa, chicote ecoa, som de cascos, galope trôpego

Latidos, cascos, chicotadas, relinchos e o calor do sol, pedaladas

Ardem à tarde; trapos flutuam, suor escorre, sal, marrom e azul

Rumo ao rio, eu, a carroça, cavalo, esforço lento, exato; um buraco.

Por ele, saem e observam-nos, uma família de corujas

Continuam a observar quem passa, quem rasteja, quem voa

Depois do córrego, subida; curva a esquerda, a carroça me ultrapassa.

Bicicleta e cascalho não combinam; vou indo, depois da quase-reta, curva à esquerda, mata

No rio azul é lá que vou passar toda à tarde de terça-feira

Encontrar os amigos, sentar à beira; falar de alquimias e pintar quadros de flores vermelhas.

*A Miguelópolis, SP e sua prainha de água doce.

Presente do Rio Grande.

Marciano James
Enviado por Marciano James em 15/02/2012
Reeditado em 10/12/2014
Código do texto: T3501018
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