Meu grito

Me tornei um espaço, uma página em branco

Talvez insignificante

Talvez decepcionante

Esqueço várias vezes que existo

Sou tão ilógica

Sou tão lenta

Tão rasa

Tão disforme!

Onde esta a metamorfose que habitava em mim?

Nunca estou dentro

Sou o transparente invisível sem cor.

Aqui morro para não viver.

O teatro é meu refúgio

A música é meu drama

A dança meu grito

E minhas mãos são frias

E meu rosto nada cálido

Não há brilho no branco que é sujo

E em mim existe apenas um segredo

Existe apenas um recado

Existe apenas o medo...

O de ouvir minha própria voz no silêncio que ela se faz

Carol Dominguez
Enviado por Carol Dominguez em 16/02/2012
Código do texto: T3503699
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