Pragas, pregas e porcos

E tudo escureceu,

como o olhar de um que adormeceu,

e o que era luz se perdeu,

como um olhar que procura num outro o que não é seu;

pragas, pregas, porcos,

pus a cabeça no espaço e os pés no infinito;

feitiço, magia,

como podia eu procurar o que eu não entendia?

E tudo ficou vago como a indignação de um maluco;

se remedio o que não tem remédio,

é porque não quero que nada morra de tédio,

nem o soldado,

nem o concreto,

nem a pedra,

nem o abstrato,

nem o inferno,

nem o asfalto,

e no correr da vida,

quem curará a ferida que está aberta nas avenidas de alguns corações?