ANGÚSTIA
ANGÚSTIA
Semeio angústias nas horas escuras,
Arranho o corpo em ásperas paredes
Até verter sangue sobre a pele ferida
E sentir o fel das metáforas vazias...
Ao aprofundar abismos de amargura,
Tropeço no assovio de um vento frio,
Traçando passos da solidão anunciada.
Ai de nós... que ambicionamos
Seguir o rumo do coro dos anjos!
Ai de nós... que tanto acreditamos
Em promessas vãs dos deuses caídos!
Pobre de nós que esquecemos as preces
Nos prazeres profanos das noites impuras!
Pobre de nós que não fizemos da vida
O que a aventura fugaz prometia!
(reescrita do exercício poético Ängústia, varal n.o 4, de 2007, do grupo Luna e Amigos)