PERFUME

Lembro do teu perfume

coalhando meus guizos

fazendo reparir minha alma

como sempre quis.

Lembro do teu perfume

azedando, azeitando,

chacoalhando meus poros

como sempre fiz.

Lembro do teu perfume

zarpando meus medos

fazendo troça dos meus arremedos

gingando até a Terra parar de girar.

Lembro do teu perfume

dissecando minhas lágrimas

soltando minhas âncoras, minhas flâmulas,

minhas tarântulas, tantas tarântulas.

Lembro do teu perfume

indo no cangote da vida feito pudim de avó,

voltando pra mim do jeito que sempre te quis

e nunca tive.

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Oscar Silbiger
Enviado por Oscar Silbiger em 21/02/2012
Reeditado em 21/02/2012
Código do texto: T3511729
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