Analogia

Precisam de outrem para nascer,

De tratamento para viver,

De ajuda para adolescer

E de carinho para crescer.

Necessitam de um dom para convencer,

De aparecer para acontecer,

De amor para sobreviver

E de compreensão para se fazerem valer.

Não gostam de ser estudadas em vão.

Tímidas, às vezes, achando-se por precaução.

Mas sempre querem acontecer

Não importando, para quê?

Se grandes surgem

Querem cartaz.

Nem sempre, porém,

Isso as satisfaz.

Se conhecidas, reais,

Perdem a graça.

Se mascaradas, afastadas,

Mistério ...

A outras, agregadas,

Formam uma família.

Sentindo-se amparadas

E menos complicadas.

São o produto do meio

Onde vivem com satisfação,

Fazendo, por ora, parte

De uma bela canção.

Dominam sempre quando necessárias,

Brincando o tempo todo,

Ditas ou vistas em quantidade,

Quase sempre complicam um pouco.

Porém, só há uma diferença

Entre a criança e a palavra.

Esta se reclica

E, aquela, se acaba.