Um tanto diferente...

Ando pelas ruas ao raiar da madrugada,

Vejo os sonhos das crianças no asfalto,

Aquelas que dormem nas calçadas imundas,

Sonhando um dia ser mais que um mero assalto da criação.

Paro nas esquinas ao entardecer,

Escuto os soluços das velhas senhoras na janela,

Aquelas que escondem no tempo as cicatrizes de ser o que se é,

Imaginando um dia ser mais que mero produto de uma era.

De olhos fechados corro ao topo da cidade,

Sinto o cheiro do desespero das pessoas

que dormem, que sussurram e que tentam sobreviver.

Nunca fiz nada que fizesse a diferença,

Mas me sinto um tanto diferente

Por descobrir que nem tudo é o que se vê.

Rafaela Rezende
Enviado por Rafaela Rezende em 19/01/2007
Reeditado em 20/01/2007
Código do texto: T351690