Quase Nada

Os córregos do céu em chuva desgastada me secavam a cada pingo

Me afogavam

No seco das poças

Da seca do nordeste

À enxurrada.

A palavra me ardia

Me debulhava

A palavra Nada

O quase tudo eu não sabia

Era perito em nada.

O nada fascinava

Como coisas insignificantes

Como borboletas, poças e becos.

Tenho um fascínio por becos

Porém porém, fui morar num beco

No beco do nada

No meu beco!

Meu beco me bastava

Lá tinha gente

E não tinha ninguém.

Era eu sozinho na multidão.