ILUSÃO

Sentimentos confusos;

olhos fitos em um papel branco...

Vejo uma paisagem!

No espelho, vejo refletida

uma breve história de vida;

Uma angústia incompreensível!

Uma ansiedade...

Tudo é ilusório:

Um realismo ingênuo...

Ao meu redor superpõem imagens divagando.

Posso sonhar em várias dimensões.

O irreal mesclado ao real traduz o meu viver.

Lembrança de um passado,

esperança em um futuro.

O que é imaginário?

O que é simbólico?

Confundo o doce com o azedo;

Tudo pode ser salvo como algo incompleto

O homem iludido transpõe a barreira do som

e ocupa um espaço que não é seu.

Luta sem saber por que, nem pra que.

O rio profundo dá a ilusão de ser piscoso;

a mãe sonha com um eterno sorriso no rosto do filho;

o paralítico sonha, em jogar fora a cadeira de roda...

Fantasias? devaneios?

Na vida tudo pode ser em vão,

se corrermos em direção ao nada.

A ilusão de um poema rabiscado;

o compasso das horas;

o frio da madrugada;

a insônia insistente;

a dança das águas;

o sol escaldante;

a chuva constante;

a secura dos lábios...

Ilusão!

Fotografia da aura.

publicado no www.santacruzdegoias.com

Fatima Paraguassú
Enviado por Fatima Paraguassú em 19/01/2007
Reeditado em 12/03/2008
Código do texto: T352681