As Marcas

Velhas marcas

contam o Tempo

de quem já

não vem.

Restou o que ficou:

o peso de uma mão,

aberta como o caminho

de quem andou

e terna

como o gosto de

quem se doou.

Gosto de um lábio

indeciso no sabor,

mas vermelho na paixão

de quem nunca amou.

Acre cheiro que não sai

dessa saudade que não vai.

Velhas marcas do Amor

que em corpos se desenhou,

pois eis que almas

foram trocadas

em tapetes

e camas aladas.

Velhas marcas

tatuadas no peito

escrevem o epitáfio

do sonho assassinado.

O amor foi calado.