Um grito no escuro
Por vezes parecemos gritar na escuridão
Outras o medo nos faz sentir pequenos
Tudo são trevas, nem um sim, nem um não
Todas as palavras entalam na garganta...
E o cuspe é um mero artifício da solidão
Que extrapola o limite da lembrança...
(sem esperança)
Todas as pontes se quebram à nossa frente
Pessoas parecem ser cegas perante a gente
Passam por nós sem ao menos nos olhar
E tentam de todas as formas nos menosprezar...
Somos invisíveis até para nós mesmos
Somos a invenção do que nunca se realizou...
(ou se quebrou)
Então nossa fuga é o grito mudo ao vento
Que carrega com as tormentas o nosso medo
Para bem longe, sem chances de voltar...
Um grito no escuro talvez seja o caminho
Para fazermos o nosso próprio destino
Sem o medo de voltar a amar
(sem o medo de errar)