O espelho da vida

Um dia vou me olhar no espelho

E não reconhecer quem eu sou

Olhar fotos antigas

Da mulher que envelheceu

Trarei no rosto rugas profundas

Dos sorrisos que não hesitei em soltar

Das lágrimas que tantas vezes derramei

E das preocupações, que só então, reconhecerei terem sido em vão.

Talvez se der sorte no Natal

Cearei feliz com uma grande família

Ou talvez como tantos outros

Estarei sozinha em um asilo

Se a vida me for boa

Reconhecerão essa poeta

Se não, o anonimato

Me fará mais uma em milhões de esquecidos

Um dia vou olhar no espelho da vida

Todo passado que escrevi

E poderei ver no rosto irreconhecível de velha

Que permaneço com a alma dessa jovem poetiza!