OS OLHOS

O homem que vês na janela da minha casa

Não sou eu!

Vês o que vês,

Pensas o que pensas,

E pensas que me vês...

É que nunca reparastes nos meus olhos,

São vazados:

Duas covas sem fim,

A princípio escuras, depois nem sei...

Há tantos que não olham para dentro de mim...

Os que olharam,

Depois de tudo o que viram

Pelo caminho até no fundo,

Dizem apenas que é um espelho que há

No fundo dos meus olhos abissais

E se espantam

Porque lhes parece que ainda há

Outro tanto para se andar...

Estais vendo?

Nem se quer perguntam

De que natureza é o espelho...

Chico Steffanello
Enviado por Chico Steffanello em 21/01/2007
Código do texto: T353797
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