Simulacro







Mantenha distância suficiente
para não se contaminar pela ilusão.
Pois o escrito nasce de tubos de ensaio.
É sintético como sua noção de tempo,
oferece apenas o que poderia ser.
Não a verdade. Simplesmente, imperfeição.

Acredita mesmo me entender?
Como, se não pode se entender?
Sou uma estátua que fala.
Toda a fantasia da profundidade,
é mero ajuntamento de fonemas,
aberrações morfológicas,
enviadas ao lado mais esquerdo da mente.

O que o move?
O que, de fato, é a descrição perfeita?
Por que a descrição perfeita?
Vendo minha sonoridade bárbara,
sem métrica e dissonante, apenas.
Será que estou rindo?
Será que estou chorando?
Essa é a beleza da imperfeição:
você nem sabe se eu existo.
EDUARDO PAIXÃO
Enviado por EDUARDO PAIXÃO em 07/03/2012
Código do texto: T3540344
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