Fechada

Quero ser uma porta

Branca e envernizada, enquadrada nas paredes

E justificada nas réguas pra não ser torta.

Nada quero que me preencham,

Oca e sonora, seria eu mesma e meu nada.

Portas costumeiras, mas não na leveza.

Linda, estável, modificada:

A porta que não mede o que entra e o que sai

Apenas o que jamais a afetará.

Porta de maçanetas douradas

De quarto de bebê; na verdade,

Eu só quero ficar em frente à sacada.

Maria Clara Dunck
Enviado por Maria Clara Dunck em 21/01/2007
Reeditado em 31/03/2008
Código do texto: T354374
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