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Em frente ao tanto faz, e o que não é,
me recuso a me atirar no Etna também.
Então deixo tudo assim como está,
porque é o que condiz com o estrago
causado pelos escândalos das idéias.
E se não for eu, quem mais vai dizer
previsões fajutas baseadas em planetas
frios, solitários e vagos por natureza?
Quem mais vai falar comigo assim
por também ver além, do que está aí?

Ser feliz é difícil quando há condições.
Então vamos todos viver o encantamento,
nem que seja na marra, na porrada.
Não precisa banquinho nem violão.
E eu vou chegar atrasado também,
porque eu me interessei pelo som  estranho
da banda que passava por esses lados.
Idéias profundas servem antes de tudo
para tornar menos miserável a solidão,
daqueles que querem curar sua auto-estima.
Eu mesmo pergunto, cheio de empáfia,
e eu mesmo respondo, com olhos fechados
pra um conjunto de pessoas que acabou,
e que me entendeu tão complexo e divino.

Só de decisões tomada há um arquivo,
e agora diante da bifurcação da estrada,
de nada valem as certezas e a memória.
Veja você, onde tudo foi parar.
A vida está se acabando, e em segundos,
deixarei um desbamento pronto,
porque o fim está batendo á nossa porta,
e todos os olhos observam um  amor maior,
que sepultou de vez os meus planos.
E será que nesse mundo de edifícios,
de construções bárbaras e estúpidas,
não vale mais o amor que temos,
e que diz, com toda a sabedoria,
que em breve todo esse céu de estrelas,
vai cair sobre nossas cabeças?

Ainda é cedo pra pensar 
no inverno do ano que vem.
Ainda é cedo pra sair da fila.
Ainda é cedo pra atravessar a porta,
é cedo pra se inventar desculpas.
Deixa apenas eu ficar, enquanto,
e por enquanto.
O resto da filosofia naufragou,
e este carrossel nunca parou.
EDUARDO PAIXÃO
Enviado por EDUARDO PAIXÃO em 11/03/2012
Reeditado em 11/03/2012
Código do texto: T3548001
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