O QUE VEM DEPOIS DO TRABALHO
Após o trabalho
Ao cair do sol
A fadiga caçoa
Da má sorte
Dos desprovidos de posse
Em mais um dia
Na cidade de São Paulo
Somos testemunhas de
Mais um ônibus cheio
Pouco se move, luta com a distãncia
Sem vento, todos com sede
Anseio em chegar em casa
Pressa em sentir o cheiro
De café, os problemas de casa
A luta é a mesma todos os dias
Raras são as vezes que o cotidiano não se repete
Testemunhamos as manchetes nas bancas de jornais
Com as mesmas manchetes, os fatos se repetem
Muda os atores, mais o senário é o mesmo
Lá pelas seis, a noite cai com seus personagens
As luzes dos postes começam acender
Luz, que não ilumina nada
Nas ruas o trafico intensiva
Suas atividades cotidianas
Os usuários dançam com os ratos e baratas
Entre becos e vielas quando a polícia faz seu trabalho
Os pobres em uma constante peleja
As pedras onde moramos são maiores
Pontudas, sempre a cortar como uma navalha
Anjos choram em silêncio com atritos
No âmago de seu lares
Amanhã tudo começa de novo para aqueles
Que sobreviveram a mais um dia igual a outros