VÔO CEGO
Algo quer chegar,
mas, não venta!...
E fica tudo parado,
planado no ar.
Fico ali e acolá.
Me perco aqui,
me encontro cá.
Todos surdos...
Tudo no mesmo lugar
Pássaro cego
querendo aprender a voar.
As vozes ecoam por dentro
e congelam o momento.
Não compreendo os olhares
de quem não sabe amar...
Não compreendo as amarras,
as algemas, a alma pequena,
a casa escura (mausoléu de penas)...
A dura palavra que aborta um poema...
- E o poema acaba sem começar -
A alegria do nada,
a beleza do dia...
A leveza e a alvorada sombria
que me convidam a dançar.
O sentimento é raro!
O pensamento é Bento!
O coração é mundo
mas não me cabe dentro.
E eu...
Eu abro os olhos e decolo
fitando a Estrela no firmamento.
D.V.
10/03/2012
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