Eu nasci...

Nasci...

Chorei o primeiro choro

O primeiro que anunciava o trecho

Aquele que encaminha à morte

O trecho que me exige a vida

Que me entrega aos braços do fim

Quanto mais há vida, mais há morte a ser temida

Quanto mais há morte, mais há vida a ser vivida

A morte não revela-se em um dia,

Quando os olhos baixam e os suspiros não são respiro,

Quanto mais eu morro, em cada dia nascente

Mais vivo intensamente

Quanto mais morre minha indiferença

Quanto mais se abala minha opressão

Quanto mais voz no meu silencio

Quanto mais me toca o coração

Quanto mais morre minha alienação

É quando mais me considero vida...

Brigida Bezerra
Enviado por Brigida Bezerra em 22/01/2007
Reeditado em 27/01/2007
Código do texto: T355715