Plato´s Atlantis




É tudo o que se vê em volta,
envolto numa bruma de realidade.
Essa que impede a surpresa,
essa que diz que uma pedra,
jamais será uma resposta.
Essa que eu duvido, sensatamente,
ter nascido de mão que não fosse humana.

Minha  certeza, sua visão,
minha estrutura feita do não linear,
que sua mente em choque prefere
apenas catalogar como sistema.

É por isso que nesse espaço vazio,
tudo começa com uma fuga complexa.
E preenchido o impertinente vácuo,
brotam do chão as torres,
e os números se tornam paredes.
Entre mim e o continente.
Retorna o mar ladeado pela terra.
Sempre mais ao norte, e sempre
o efeito de um fractal obsessivo.
É assim que se constroi minha ilha.
Onde vou arquivar no futuro,
que nunca mais existirá,
os intervalos perfeitos da fala,
já que a poesia sempre residiu na pausa.
Para as mãos  que me tocam,
isso aqui, entretanto,
sempre será o vazio confortável.
A resposta está ao alcance de seu espanto,
mas você não pretende fechar os olhos.
EDUARDO PAIXÃO
Enviado por EDUARDO PAIXÃO em 16/03/2012
Código do texto: T3557760
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