Acredite!

Não acredito em ninguém!

Acredito no contrato escrito, sem vício, com firma reconhecida e preenchidos os “requisitos intrínsecos e extrínsecos.

À beira do apocalipse é que me atentei ao que o Mestre me disse...

Que a reza preserva a alma das queimaduras do inferno...

Que o mesmo terno apertado pode servir para os dias de folga...

Que o amigo, companheiro, bom cidadão, trabalhador respeitado,

também caga fedido no fim de um bom dia de funcionamento intestinal...

Por isso:

Pega o que te dizem!

Faz o que te pedem!

Paga as tuas contas e os seus tributos!

Honra a fé pública do tabelião...

Beija o pé do sacristão e fuma um baseado com o velho beatnik que fuma maconha num trailer abandonado na idade da imaginação.

Ajoelha e peça para que sua vida mude para do jeito que você quer!

Não esqueça a contribuição!

Além da desgraça e do conselho, nada vem de graça!

Nem o gosto mais prazeroso da carne mais suculenta da fruta fresca e saudável será bem vinda sem que haja a retribuição pela satisfação...

Todo prazer é caro e deve ser bem pago!

O fundo vazio da garrafa para o bêbado é o cúmulo do descaso.

A fraqueza descaída do velho decrépito é o fim da picada.

A galhardia do sobrinho-neto do deputado, eleito pela putaria da Bahia, é o que há de renovação da política nacional.

Os cães, pombos e ratos que se alimentam dos dejetos deixados pelos comerciantes nas calçadas, caçambas e sarjetas deste país de nosso

Deus, são na verdade os grandes garis de um mundo em decomposição.

E trabalham dia e noite apenas pela comida fétida que lhes despejam as tias viúvas apiedadas de cães de rua, e que deixam tudo numa vasilha na esquina sem sinalização.

E o velho sozinho apanhando de seguranças clamando aos berros por respeito e segurança.

E mais um caso daqueles de fraqueza extrema...

Televisionado via programa do Datena...

Onde dois fortes rapazes brancos espancam um negro debilitado morador de rua...

Numa covardia que faz danar o estômago e perder o apetite...

E amanhã mais outra notícia chocante fará com que o interlocutor esqueça a de hoje ou sua própria dor...

E o ontem, desacreditado, de tanto passar de canal e trocar de calendário, vai caindo no esquecimento do ideário do povo brasileiro, o pobre e cordial povo brasileiro, excetuando aqueles que “sabem” ganhar dinheiro...

SAvok OnAitsirk, 21.03.12.

Cristiano Covas
Enviado por Cristiano Covas em 21/03/2012
Código do texto: T3567764
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